Em situação de epidemia, Itabuna bate 5.400 casos de dengue, inclusive do tipo 4
Uma epidemia sem controle. Essa é a sensação para quem observa os números de casos notificados de dengue até o último dia 11 deste mês de julho. A média de notificação é de um para cada quatro ocorrências. Pior: já circula no município, há algum tempo, o virus Den 4, causador da dengue tipo 4. Não se trata de apenas mais um tipo dessa doença. No caso de Itabuna, assim como na maioria dos locais onde aparece, esse tipo é mais temido justamente porque nosso organismo ainda não tem defesas naturais contra o vírus.
As ações de combate parecem não dar resultado, e o sentimento é de que há uma luta no escuro, mas apenas os inimigos estão equipados com dispositivos de visão noturna. “As ações não encontram resposta da população, porque enquanto alguns fazem sua parte, muitos não seguem as recomendações. Estamos, além de continuar combatendo os focos, estamos propondo ações educativas mais ousadas, usando o poder de convencimento das crianças, inclusive com jogos interativos e educativos”, afirma a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Itabuna, Márcia Falcão Souza.
Entre as novas armas aprovadas pela coordenação de Vigilância Epidemiológica e pela equipe de Educação em Saúde da Prefeitura de Itabuna, está a adoção de um kit de jogos educativos, a ser difundido entre crianças do ensino fundamental das redes pública e privada.
O kit contem diversos jogos interavivos, em que a criança, brincando, vai alertar aos pais sobre a importância do combate contínuo ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. O kit Campanha de Combate à Dengue é fabricado e distribuído pela Editora Ética. O produto já foi lançado, na semana passada, em uma escola da rede particular. O local, a escola Branca de Neve, no Pontalzinho, é a mesma onde ocorreu, em abril desse ano, um óbito de uma criança de 4 anos, vítima da dengue. Essa foi a segunda morte confirmada pela doença essa ano em Itabuna.
O Den 4 - O vírus Den 4 já foi isolado em bairros como Sarinha Alcântara, Nova Ferradas, Maria Pinheiro, Jaçanã e outros. “Todos estamos suscetíveis a essa nova forma da dengue, porque não temos defesas naturais em nosso sistema imunológico contra esse vírus. Tememos, sim, uma epidemia em 2013, e por isso estamos diversificando as formas de combate”, avalia coordenadora Márcia Souza.
Ela diz observar que as pessoas só atentam para as recomendações durante os mutirões e demais ações das autoridades. “Essa parceria com as crianças servirá para manter esse debate constante no seio da família, já que as brincadeiras vão envolver pais e demais adultos de sua convivência”, afirma a coordenadora Márcia Falcão Souza. Ela cita como exemplo as redes de proteção que foram distribuídas para cobertura e proteção dos reservatórios de água. “Muitas viraram toalhas de mesa, cortinas de janelas etc. Enquanto isso, os reservatórios ficam desprotegidos”.